quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Produtores de Minas Gerais já registram Helicoverpa armigera nas lavouras




 
Produtores de Minas Gerais estão preocupados com a volta da Helicoverpa armigera às lavouras. Em cidades como Paracatu e Unaí, a praga já começa a aparecer novamente nas plantações de soja.

 Segundo Frederico Quirino, consultor da Planeje, mariposas já foram coletadas nas armadilhas. “Em parceria com a IHARA, instalamos cinco armadilhas em pontos estratégicos da lavoura de soja. Além das adultas, encontramos também a própria Helicoverpa no crisólito inicial da planta", conta.
Para o consultor, o aumento da pressão da praga na região está diretamente ligado ao clima. Por ser um ano de El Niño, há semanas chove muito pouco e o calor insiste em não dar trégua. Mesmo assim, Quirino acredita que o monitoramento e o manejo assertivo podem minimizar o impacto da Helicoverpa armigera nos resultados da safra. “Se todo mundo cuidar para que as larvas não eclodam na lavoura, a próxima geração será menor e não haverá perda para os agricultores", pontua.
Quem também já deu início ao plantio da soja na companhia da praga foi a Fazenda Buriti, em Unaí. De acordo com Adalberto Luiz Gatto, gerente do local, a armadilha instalada na área plantada, também em parceria com a IHARA, já capturou mariposas. “Quando encontramos os insetos passamos a fazer a aplicação do vírus e deu muito certo. Nesta segunda-feira vamos fazer uma nova análise", adianta.
No começo dessa semana, a fazenda dará início à plantação de feijão onde também deve instalar armadilhas de monitoramento. “A área de plantio esse ano será bem menor, até em decorrência do tempo seco. Por conta disso, acreditamos que essas ações de controle vão nos ajudar muito. A partir delas, conseguiremos antecipar a aplicação do vírus IHARA e a chance da praga se desenvolver será bem menor", finaliza.
O monitoramento é peça fundamental para minimizar os efeitos da praga, segundo diversos especialistas do setor. Carlos Marcelo, pesquisador do IMA/MT, indica que, assim que as primeiras mariposas forem detectadas nas armadilhas, seja feita uma inspeção no campo para verificar a presença de ovos. Caso eles sejam encontrados é necessário iniciar as aplicações dos produtos. Com isso, é possível garantir um maior controle nos estágios iniciais das lagartas, com melhor eficácia e sem causar prejuízo para o agricultor.
Fernanda Cordeiro

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