DNA do algodão é decifrado e cultivo
poderá ser mais produtivo e resistente
Após
mais de 10 anos de dedicação, um grupo de pesquisadores internacionais anunciou
nesta semana o sequenciamento total do genoma do algodão. Os resultados foram
publicados na revista científica Nature, em um artigo com participação de
diversas instituições ao redor do mundo, incluindo a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Com isso, os cientistas esperam melhorar a qualidade do algodão
cultivado, tornando-o mais rentável e mais resistente a doenças e condições
climáticas severas.
A partir do sequenciamento da espécie comercial do algodão, a pesquisa permitiu
a criação de um catálogo que revela os mistérios do DNA da planta. “Conseguimos
reunir um grande número de dados que podem se desenrolar em várias outras
descobertas. São muitas as aplicações que podem surgir daí”, avalia Lucia
Hoffman, pesquisadora da Embrapa e membro da equipe internacional de
pesquisadores responsáveis pelo trabalho.
Segundo Hoffman, para o Brasil, um dos
principais ganhos do mapeamento é a possibilidade de descobrir marcadores
genéticos que ajudem a combater as doenças do algodão. “No Brasil, nossas
plantações sofrem muito com a ramularia areola, uma doença fúngica, e também
com a chamada doença azul do algodoeiro, causada por vírus. Existe uma perda de
produção bastante grande e um aumento nos custos com a aplicação de fungicidas,
por exemplo”, explica a especialista. Com o detalhamento do DNA da espécie,
cientistas de todo o mundo poderão localizar mais facilmente o
gene relacionado à resistência às doenças e, dessa forma, trabalhar em
laboratório para cruzar as características genéticas desejáveis para melhorar a
adaptação da planta para cada contexto específico. O catálogo será disponibilizado
para toda a comunidade científica e servirá como um guia para os experimentos
de laboratório.
Fonte: Correio Braziliense
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