sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

DNA do algodão é decifrado e cultivo poderá ser mais produtivo e resistente


DNA do algodão é decifrado e cultivo poderá ser mais produtivo e resistente
Pesquisa internacional, que contou com a participação da Embrapa e da UFRJ, sequencia o genoma da espécie comercial da planta




Após mais de 10 anos de dedicação, um grupo de pesquisadores internacionais anunciou nesta semana o sequenciamento total do genoma do algodão. Os resultados foram publicados na revista científica Nature, em um artigo com participação de diversas instituições ao redor do mundo, incluindo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com isso, os cientistas esperam melhorar a qualidade do algodão cultivado, tornando-o mais rentável e mais resistente a doenças e condições climáticas severas.
A partir do sequenciamento da espécie comercial do algodão, a pesquisa permitiu a criação de um catálogo que revela os mistérios do DNA da planta. “Conseguimos reunir um grande número de dados que podem se desenrolar em várias outras descobertas. São muitas as aplicações que podem surgir daí”, avalia Lucia Hoffman, pesquisadora da Embrapa e membro da equipe internacional de pesquisadores responsáveis pelo trabalho.

Segundo Hoffman, para o Brasil, um dos principais ganhos do mapeamento é a possibilidade de descobrir marcadores genéticos que ajudem a combater as doenças do algodão. “No Brasil, nossas plantações sofrem muito com a ramularia areola, uma doença fúngica, e também com a chamada doença azul do algodoeiro, causada por vírus. Existe uma perda de produção bastante grande e um aumento nos custos com a aplicação de fungicidas, por exemplo”, explica a especialista. Com o detalhamento do DNA da espécie, cientistas de todo o mundo poderão localizar mais facilmente o gene relacionado à resistência às doenças e, dessa forma, trabalhar em laboratório para cruzar as características genéticas desejáveis para melhorar a adaptação da planta para cada contexto específico. O catálogo será disponibilizado para toda a comunidade científica e servirá como um guia para os experimentos de laboratório.


Fonte: Correio Braziliense

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